domingo, 12 de junho de 2011

Parla!

Hoje tive o privilégio de assistir um documentário sobre a vida de Michelangelo.
O enfoque foi interessantíssimo, porque voltado para o emocional do artista. Ariano, nascido em março de 1475, teve na competitividade um dos traços mais marcantes de sua personalidade. Sentia a necessidade de suplantar seus rivais, nada menos do que Rafael e Leonardo da Vinci. Esse foi seu móvel, o que lhe deu impulso.
A pintura, a arquitetura e a escultura foram sua vida e o tornaram homem de grandes posses. Nada estranhamente para um gênio, escolheu viver na pobreza e na absoluta falta de conforto. Bastava-lhe a arte, que o eternizou.
Nem o amor humano lhe fez falta e há poucas evidências de que tenha amado uma pessoa.
Muitas perguntas ficam, sem que se saiba como naquele tempo de tantas dificuldades foi capaz de extrair mármore da montanha e dar-lhe vida, de forma tão intensa. De onde veio a capacidade de misturar corantes naturais e materiais sem qualquer refinamento e transformá-los na mais sublime das obras eu sei. Pessoas como o Divino às vezes passam pela Terra. Ainda bem.

domingo, 17 de abril de 2011

Um encanto.


Não conhecia Adele, mas gostei muito das músicas, pela suavidade e encanto com que fala de coisas tão profundas. Coisas tão presentes na vida de todos nós, mas que permanecem quase sempre ocultas. Quando aparecem em filmes ou músicas é que nos damos por conta do quanto são importantes.
Um ótimo domingo a todos.

Suavemente

domingo, 3 de abril de 2011

O Carteiraço

Muito comum no Brasil é a "cultura" do "você sabe com quem está falando?"

Depois de muito pensar, após ver inúmeras demonstrações da tal despropositada e pernóstica teoria, não consegui identificar sua origem, o móvel por trás de sua utilização, cada vez mais frequente e nos lugares mais inadequados, como um evento com cunho beneficente de que participei ontem.

O que leva alguém a dar um "carteiraço", mesmo quando o que lhe é solicitado é o pagamento de uma entrada irrisória do ponto de vista econômico, mesmo sabendo que a destinação será para a benemerência?

Necessidade de auto-afirmação? Verdadeiro complexo de superioridade? Ou de inferioridade?
Talvez nada disto, talvez tudo.

Penso que, até por questão de civilidade, para dizer o menos, autoridades em geral, artistas e demais pessoas que por algum motivo tenham destaque no grupo social em que estejam inseridas, a menos que recebam a deferência de forma espontânea, não devem jamais valer-se de suas insígnias para burlar as regras postas.

Assumir-se como igual pode, sim, fazer a diferença.
E que os que costumam dar "carteiraços" leiam os livros da Célia Ribeiro.

Um ótimo domingo a todos!




domingo, 20 de março de 2011

A maior riqueza

Foto: Wikipédia.
Bom dia, amigos do Blog.

Não ia escrever nada sobre a recente catástrofe japonesa, de tão chocante que foi, pois mesmo estando no outro lado do planeta, a velocidade da informação impediu que alguém ficasse alheio ao problema, mesmo querendo, porque ás vezes não saber é mais fácil.

Desde os primeiros dias, o mundo todo volta seus olhos para o país dizimado, torcendo para que as coisas fiquem mais amenas e que o alento chegue até os atingidos.

Falar nas consequências da tragédia seria um lugar-comum, porque todos falam nisto.

Este post não foi de caso pensado, mas teve de ser escrito, porque o que me inspirou a fazê-lo foi uma foto que vi hoje no jornal. Não consegui copiá-la, porque as artes da Internet ainda me desafiam a aprender muito, mas posso falar do que vi.

Em meio à neve e entre destroços do que talvez tivesse sido um bairro, um grupo de japoneses calmamente sentados em cadeiras, ao redor de um fogo de chão onde era aquecida água obtida do próprio gelo ao redor, lia jornais.

Ao fundo, duas imagens de divindades japonesas.

O significado da fotografia é muito rico. Toca diretamente o coração, porque faz perceber o que realmente importa para aquelas pessoas: a vida, a amizade, o afeto, a fé. Nada mais de material lhes sobrou, mas permanecem inabaláveis. Leem jornais porque querem saber de seus compatriotas, talvez de parentes que morem em outras cidades. Leem porque estão calmos, e estão calmos porque têm esperança. A mesma esperança que seu Imperador disse para não perderem.

O Japão é, sim, um dos mais ricos países. Porque sua maior riqueza é seu povo.

Um ótimo domingo a todos.

terça-feira, 8 de março de 2011

Elegância and everything


A foto é de infoescola.com

Há alguns dias tive o privilégio de assisitir um documentário sobre as últimas coleções de Carolina Herrera.

Identifiquei-me na hora com o traço limpo e elegante da designer, para quem o famoso menos é mais não é um chavão, mas um estilo, mesmo quando ousa, pois sabe conjugar cores e texturas sem cair no excesso ou no lugar-comum. Corri ao site oficial e vi que os novos modelos são suaves, femininos e muito charmosos. Fiquei súper feliz porque minha saia preta com três babados não está old-fashioned! Mais ainda porque as sapatilhas continuam atuais! (Nós, mulheres altas e que não gostamos de saltos altos todos os dias, agradecemos). Muito mais ainda por causa dos terninhos com rasteirinhas, elegantíssimos!!

Graça e segurança foram os adjetivos utilizados pelo repórter na matéria para definir o modo como Carolina se portava nos bastidores do desfile da coleção que estava apresentando.
Não é o que todas queremos? Esbanjar graciosidade na vida como um todo, mas especialmente em nossos locais de trabalho, ao mesmo tempo em que nos sentimos seguras do que estamos fazendo? Não tenho nenhuma dúvida.

Por isto hoje, neste dia da mulher, escolhi a moda como assunto e Carolina como exemplo.
Sim, moda. Porque gostar do belo e de si própria não significa esquecer das mazelas da humanidade e muito menos deixar de fazer algo para diminuir o sofrimento alheio.

A moda, desde que dela não sejamos escravas, pode simbolizar a busca pela harmonia e pelo bem-estar, que é nosso direito fundamental nesta vida!

Parabéns a todas nós!






sexta-feira, 4 de março de 2011

A vida vai melhorar

Não que esteja ruim, mas tem coisas que acontecem de vez em quando e nos tiram do prumo, quase sem saber o que fazer. Nessas horas é difícil manter o equilíbrio, não estourar com quem causa o problema e com todos à volta. Também não é fácil resistir à tentação de assumir o papel da vítima injustiçada, aquela que nada fez para merecer, e tal.

Nessas horas de maré de contrariedades, penso que o essencial seja compreender que em algum momento fizemos algo que deu causa ao que aconteceu. Podemos ter permitido que uma pessoa agisse sem limites ou sem dar nada em troca durante muito tempo, e aí um dia o resultado vem. Pode ser também que a causa tenha sido outra que não consigamos identificar, mas o motivo em si não importa tanto, porque é preciso ir adiante e ponto final.

As emoções que Jung e Chopra chamam de sombra existem em todos nós e, quando surgem, exigem de nós um grande esforço para não sucumbir. Assim acontece quando ficamos com muita raiva, frustrados com algo que não deu certo como esperávamos, tristes por não podermos fazer o que queríamos.

Logicamente não podemos negar nossas emoções negativas. Elas são parte de nós. Porém, para que as coisas melhorem em nossas vidas e possamos permanecer conectados com uma Luz maior, que alguns chamam de Luz, outros de Criador, e eu de Deus, precisamos estar atentos e não deixar que a negatividade tome conta de nossos corações.

Tudo isto é parte de uma profunda reflexão que não me veio facilmente, mas à custa de, digamos, laboratório, como dizem os atores.

Cheguei à conclusão que muitas vezes é preciso deixar o barco correr, pedir ajuda à Luz, seja ela representada por quem for para você, dormir um pouco e esperar que um novo dia chegue.

A propósito, o dia hoje está lindo e tenho certeza absoluta de que a vida está melhor do que ontem.

Bom dia a todos!!




segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Indiretas

O blog aqui é de paz, porque a ariana aqui gosta de harmonia.
Mas não de indiretas, nem em verso, nem em prosa.
Tudo às claras e sem meias-palavras.

E tenho dito.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Religião e sexualidade

Coisas de mudança de horário. Hoje terminou o de verão, mas não avisaram meu relógio biológico, que acabou acordando muito cedo sem saber ao certo que horas eram, se o certo era adiantar ou atrasar os ponteiros.

A televisão poderia ser um parâmetro, pensei eu. Liguei o aparelho e me deparei com um programa que eu nem sabia que existia, chamado Sagrado. Lá estava a Ana Maria Braga - não sei por que ela - a questionar como as diferentes religiões tratam a questão da sexualidade de seus seguidores e também dos mestres. Aí apareceram vários representantes religiosos: muçulmano, do candomblé, católico, evangélico e outros que o sono matinal não me permitiu identificar com clareza.

Como não poderia deixar de ser, o debate visava a questionar os porquês da negação da Igreja Católica ao direito de seus padres, bispos e demais clérigos terem vida sexual ativa de forma oficial, porque fazem o tal voto de castidade.

Não se trata aqui de ser contra ou a favor de padres transarem, porque isto tornaria a questão muito menor do que realmente é.

O tema não é novo, e pode ser considerado como uma das mais espinhosas searas trilhadas pela humanidade, a de saber se sexo é pecado ou não.

Não era entre os povos celtas, que celebravam solstícios e equinócios em homenagem à sua deusa com muita dança, vinho e folguedos nem tão inocentes assim.

A Roma Antiga também teve lá suas festinhas, e Baco não era nem de longe considerado por seus contemporâneos um pecaminoso perdido.

Contrapondo os extremos pagãos, vem a Igreja Católica e impõe celibato a seus pastores, como se Deus não tivesse outra coisa a fazer a não ser ficar olhando o que cada um faz com seus órgãos sexuais.

Forma de controle? Pode ser, mas não vamos adentrar nesta polêmica, a não ser o suficiente para chegarmos aos tempos atuais, e entendermos se há lógica nessa repressão que atravessa séculos.

Muitos dizem que o motivo principal do celibato imposto aos padres e freiras católicas é para que não sejam os bens da Igreja dissipados em eventuais partilhas judiciais. Tem sentido. Mas o que realmente faz pensar é se é humanamente válido impor-se a negação de uma função orgânica, que tal como a digestão e o funcionamento do coração e sistema vascular, é vital ao ser humano.

É uma resposta que, embora possa ser dada por cada um de nós, não será facilmente aceita pelos destinatários. Mas a questão está em pauta, e por certo o andar da carruagem do mundo não se contentará com evasivas.

O tempo, sempre ele, precisa continuar passando para ver se logo ou não as coisas ficam mais claras.





domingo, 13 de fevereiro de 2011

Mas que nada



Eu não estava nem em projeto quando esta música foi criada, mas parece que já nasci cantando esses versos.
Adoro.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Três Beijinhos


Foto: vibreleve.com

Um dia desta semana li uma crônica de Pinheiro Machado e me inspirei a escrever sobre o tema.
Para quem foi criado em Vacaria, como eu, nada mais normal do que cumprimentar amigos com efusivos três beijinhos no rosto. Quase sempre no ar, para ser mais exata.
Mas esse hábito tão singelo e carinhoso vem sofrendo mutações ao longo dos anos, recebendo diversas influências.
Percebo que nos últimos anos a tendência é o cumprimento com apenas um beijinho rápido na face, o que às vezes deixa a outra pessoa a esperar os outros dois.
O beijo no rosto é costume em diversos países, e em alguns é comum até entre homens, como vemos nas reportagens sobre a Rússia e países árabes. Ente os japoneses é inovadora novidade, porque por lá o hábito é uma reverência, formal e distante.
Forma inocente de expressão de admiração e carinho, nem sempre é bem recebida nos recônditos mais machistas do globo, onde alguns homens podem achar que encostar no rosto de outro pode lhes tirar a virilidade ou fazê-los tornar afeminados.
Bem, o medo da proximidade não é assunto novo, mas também não é o de hoje.
As variações do beijo também são percebidas na comunicação escrita entre as pessoas, podendo ir do grande beijo ao bj, sendo este último bem mais descompromissado e bem menos revelador da intenção de quem o envia.
O certo é que não há nada de errado em expressar carinho quando encontramos amigos e pessoas queridas, seja com um, dois ou três beijinhos.
Um ótimo dia para todos.
Bjs.


domingo, 6 de fevereiro de 2011

Chanel: sinônimo de elegância


A foto achei em "Retrós-Design de Moda".

Inspirada pela ida de um amigo querido à França, não poderia deixar de escrever sobre Chanel, por quem reconheço que sou influenciada.

Lendo sobre a vida da estilista, descobri que tem um ponto em comum com minha mãe: as duas trabalharam em uma fábrica de enxovais quando jovens.

O estilo de Chanel é único e inconfundível. Para mim, sinônimo de elegância. Uma mulher que veste um tailleur não é uma mulher comum.  Você consegue imaginar Jackie Kennedy de calças jeans?

O fato é que Chanel fez história, criando moda de qualidade. Tornou-se perene porque criou o que não havia antes. Mulher de personalidade forte, transferiu seu estilo próprio para sua obra, que atravessa décadas sem perder a atualidade.

Para mim, a grife Chanel, entendida como objeto de desejos consumistas, não é tão importante quanto a elegância do design de Coco, tão bem representada no teatro pela insuperável Marília Pêra, e no cinema por Audrey Tautou.

Um bom domingo a todos!







sábado, 5 de fevereiro de 2011

Um retalho de prazer

Não sei por que me lembrei hoje desta música. Adoro. Resolvi postar aqui no blog para compartilhar com vocês um pouco da boa música do Rio Grande do Sul.


Baladas Nei Lisboa




Nem ao menos deus por perto

Mil idéias brilham

Mas não molham meu deserto

E já faz tempo

Que eu escuto ladainhas

As minhas, as ondas do verão



Que irão bater na mesma tecla

A mesma porta

Baladas de uma época remota

Não há saídas

Só delírios de outro Midas

Lambendo a tua cruz

É ouro que reluz



Oh, mama

Não vale a pena pagar

Um centavo, um cigarro de prazer

Oh, mama

Eu quero é morrer

Bem velhinho, assim, sozinho

Ali, bebendo um vinho

E olhando a bunda de alguém





E apesar de tudo estranho

Tenho inimigos que me amam

Fantasmas

E garçonetes em Pequim

É sempre alguém

Alguém que pense em mim



Enquanto o palco acende a luz do soul

A banda passa e amassa o business-show

Romanos

Encharcados de poção

Vivemos de paixão

E alguma grana



Oh, mama

Não vale a pena pagar

Um centavo, um retalho de prazer

Oh, mama

Eu quero é morrer

Bem velhinho, assim, sozinho

Ali, bebendo um vinho

E olhando a bunda de alguém





Muito além do jardim

Viajo atrás de sombras

Não sei a quem chamar

Mas sei que ela diria ao acordar:

Tudo bem



Você me arrasou, meu bem

E qualquer dia desses como as tuas bolas

Mas por hora esqueça o drama na sacol

Não puxe o cobertor

Não tape o sol que resta nessa dor

Foi bom, não durou

http://www.vagalume.com.br/nei-lisboa/baladas.html#ixzz1D66SgTQN

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

O agora

Já faz algum tempo que venho insistindo nesta tecla do viver o agora, sem apegos ao passado ou viagens ao futuro. Decerto seja porque eu tenha conseguido me libertar de algumas lembranças que incomodavam e esteja um pouco mais certa em relação ao que quero da vida, sem precisar viver de projeções que nem sei se acontecerão.

Grandes expectativas trazem frustrações. Máxima cabalística incontestável. Nem precisava ser cabalística para ser tão certa.

Mas o fato é que mesmo com toda essa consciência que julgo ter conseguido à custa de muito esforço, às vezes deixo passar umas oportunidades que não voltam.

Dia desses, lendo uma das colunas de Moacyr Scliar na Zero Hora, empolguei-me tanto com o assunto, que fui logo tratando de passar um e-mail dizendo de minha admiração pela obra do Imortal.

Para minha total surpresa, tive resposta! O e-mail foi respondido pelo Doutor Scliar, que uns dias depois, num desses gestos inatos somente aos grandes homens, agradeceu minha pequena mensagem em sua coluna dominical.

Fiquei catatônica por uns instantes, depois guardei a folha do jornal e talvez até faça um quadro, de tanto que gostei. (!) Pensei umas quinhentas vezes em escrever agradecendo a menção, mas esbarrei em muitas coisas bobas, como a escolha das palavras certas, e o que o Doutor ia pensar e tal. Tive medo de ser inadequada, ou de parecer muito tiete, essas coisas.

Fui deixando para depois essa coisa tão simples de escrever uma frase ou duas para uma pessoa a quem tanto admiro pela cultura, pela forma como se conduz na vida e pelo que significa para o Brasil e o mundo.

O fato é que numa dessas, o Doutor Scliar caiu doente, e está no Hospital, lutando para viver.

Não posso agora lhe escrever, mas peço a Deus que lhe dê forças, e que faça com que melhore logo, para voltar ao convívio de sua família e amigos, e também para continuar escrevendo para nós, seus fãs.

Para mim, ficou mais uma vez a lição, que não preciso repetir.

Muitas vezes, em nossa vida diária, ficamos escolhendo as melhores palavras, pensando nas reações de quem as ouvir e no que acontecerá. Enquanto isso, o momento certo passa, e aí danou-se.

Hoje já sei o que vou dizer ao espelho.

*******

Um abraço a todos. Amo vocês.






segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Um olhar sobre o Egito





Um dos lugares que pretendo conhecer, mas não já, é o Egito.
A magia desse país é imensa, e seria desnecessário enumerar as razões do fascínio que exerce sobre a humanidade.
Parece óbvio e parece que todos sabem, mas o sentimento é único e cada um de nós tem o seu.
Eu admiro a cultura egípcia desde o primeiro contato que tive com os livros de História, isso lá pela sétima série, em idos da década de 80 no Colégio São Francisco.
Encantam-me as pirâmides, e não poucas vezes em minha casa, nos almoços de domingo, nos pegamos a nos questionar sobre como puderam ser construídas com tamanha perfeição. Teriam sido os aliens? Ou a engenharia da época era muito superior à atual? Ou quiçá alguém lá se conectou com a sabedoria da Árvore da Vida e tudo foi feito noutra dimensão? Não sei. Ninguém tem explicação boa o bastante.

Encantam-me também os camelos. Que bichos dóceis, e tão resignados com a vida no ambiente inóspito do deserto. Às vezes penso que devemos aprender um pouco com os camelos, principalmente quando faz muito calor. Eles são lições de humildade ambulantes.
Gosto também da dança egípcia, embora a tenha abandonado há dois anos. É uma dança que teve origem sagrada, ritualística, que traz o simbolismo do feminino e da fertilidade.

Tudo isto sem esquecer do Rio Nilo e dos Faraós, que tinham lá suas crenças com as quais não concordo, mas que também não questiono, porque respeito a todas.
Maravilhas do mundo antigo estão lá, mas agora, ligamos o televisor e vemos diariamente o povo egípcio nas ruas, aos brados, exigindo a saída do déspota do poder, para provar que não há mais lugar no mundo para a perpetuação no poder, a ditadura, e todas as formas de dominação.

Que a Democracia vença, e que a Paz retorne a esse tão belo país.
E que não destruam a arte e a História milenar...

sábado, 29 de janeiro de 2011

Insônia

O screening do filme brasileiro Insônia, dirigido por Beto Souza, foi apresentado ontem em Vacaria. No elenco, Luana Piovani, (como Déa), Lara Rodrigues (Cláudia) e os argentinos Daniel Kusniecka (Rafael) e Nicolas Cóndito (Daniel).

Insônia conta a história de Cláudia, uma adolescente que perdeu a mãe muito cedo e vive com seu pai. As dúvidas e mudanças trazidas pela transição da infância para a juventude são abordadas de uma forma ao mesmo tempo leve e dinâmica, prendendo a atenção do espectador do início ao final da história, que é genial.

A fotografia é perfeita, lançando um novo olhar sobre paisagens já conhecidas, como as de Porto Alegre e da Serra Gaúcha.

A trilha sonora pode até não ser a definitiva, mas foi muito bem escolhida e traz magia às cenas.

O filme é encantador, e não tenho dúvidas de que será um sucesso de bilheterias.

Vacaria, que ganhou ontem esse presente, cresce em matéria cultural, para a felicidade desta que vos escreve e de todos os demais moradores da Cidade, que estão ávidos por cinema, musicais, concertos, e todas as expressões de arte que existem.

Parabéns às pessoas que tiveram a iniciativa, especialmente ao querido ator Marcos Verza, de quem sou fã de carteirinha.

Espero que o filme seja logo lançado, porque pretendo assisti-lo de novo.



quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Fanatismo



Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida


Meus olhos andam cegos de te ver!

Não és sequer razão de meu viver,

Pois que tu és já toda a minha vida!



Não vejo nada assim enlouquecida…

Passo no mundo, meu Amor, a ler

No misterioso livro do teu ser

A mesma história tantas vezes lida!



“Tudo no mundo é frágil, tudo passa…”

Quando me dizem isto, toda a graça

Duma boca divina fala em mim!



E, olhos postos em ti, vivo de rastros:

“Ah! Podem voar mundos, morrer astros,

Que tu és como Deus: princípio e fim!…”



Florbela Espanca - Livro de Soror Saudade

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Lanches

Ontem estive lendo sobre alimentação, inconsciente coletivo, obesidade e dietas.
Naturalmente, quando nossa atenção está focada em determinado assunto, tudo parece convergir ao tema.
Então hoje fui tomar um café numa lanchonete e lá veio o dilema: lanches muito grandes: enormes pedaços de bolo, impossíveis de comer em uma só vez; pasteis gigantes, folhados de Itu.
Além disto, o problema de que quase tudo o que é oferecido em cafeterias e lancherias é frito ou muito rico em açúcares.
Apesar de eu costumar trazer frutas na bolsa, acho que os cardápios deveriam ser mais bem pensados, pois nem todos gostam daquelas porções imensas de comida.

E viva o equilíbrio!

domingo, 23 de janeiro de 2011

Leituras:O Efeito Sombra.

Estou lendo "O Efeito Sombra", de Deepak Chopra.
Recomendo a leitura, pois se trata de análise das emoções negativas que todos temos, em linguagem que, embora fiel à Psicologia, é simples e de fácil entendimento.

Entre os tópicos tratados na obra estão as questões de como nos deixamos levar pela raiva, tristeza, sentimento de traição, e de como isso é prejudicial à saúde dos órgãos internos.

Também aborda o inconsciente coletivo.
Vou ler mais e depois conto.

Um beijo a todos.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Paixão Antiga

Que me valha a Santa Danuza Leão. Vamos lá.




Para que serve uma paixão antiga que não deu certo, senão para atrapalhar a vida?

Salvo alguns felizardos, que são bem poucos, quase todos tivemos uma perda desse tipo.

Basta ver a quantidade de poemas e músicas e filmes falando em amores não correspondidos.

A pessoa se vai, arruma outro amor, e ficamos a achar que se tivesse ficado tudo seria belo e feliz.

Mas poderia não ser.

Se foi embora, era porque tinha que ser assim. Sobrevive-se.

E se tentou voltar e não deu certo de novo, então o melhor é esquecer. O que não dá pra fazer é ficar olhando a banda passar esperando o infeliz voltar um dia.

Claro que tudo tem um tempo na vida. Disto eu sei e posso garantir que não é só na teoria.

Essas coisas demoram a passar. Mas passam.

Chega uma hora em que tudo vira uma bela recordação dos bons momentos, e você já nem sente nada quando vê a figura. Esse ponto, o da indiferença, é o melhor de todos, porque significa que você está imune aos encantos do infeliz. Já não se desmancha quando ele passa e pode até ir aos lugares em que esteve com ele sem se debulhar em lágrimas.

Até porque lágrimas, só em casa, no seu quarto, com a luz apagada e à noite, porque amanhã é outro dia e são necessárias umas oito horas de sono para se recompor e desinchar os olhos. Viva o colírio e viva a maquiagem de qualidade. Umas roupas bonitas também ajudam muito.

Se vocês moram na mesma cidade, melhor ainda, porque aí fica muito mais difícil esquecer; mas também quando você passar na frente do lugar em que o ser trabalha, ou mora, e não tiver ímpetos de entrar lá, saberá que está curado.

Na tentativa de esquecer vale tudo. Desde sentir raiva (ela às vezes é bem útil), chorar ou tomar um porre até procurar o psiquiatra.

É preciso trilhar esse caminho e cada um tem o seu. Pode ser um mês e meio sem poder trabalhar, remédios para a tristeza profunda, 6 quilos a menos.

Amigos, família, a terapia, o tempo, e tudo passa.

Não se deve ter medo de sofrer por um amor que se supunha ser o da sua vida e não foi. O luto é necessário para ajudar a se refazer.

Porém, se você ficar falando na criatura o tempo todo, pode acabar sabotando o que realmente pode ser a sua história de amor, porque não há quem suporte ficar disputando lugar com uma outra pessoa. As comparações e o medo de não ser bom o bastante para igualar à outra são inevitáveis e podem acabar desestimulando e fazendo ir embora o verdadeiro amor da sua vida.

Então, reaja. E logo.

Pare com essa coisa de ficar lamentando um amor que se foi.

Esse amor que agora já é passado poderá ter um lugar em sua lembrança, e só. Até pode ser uma lembrança carinhosa, como a que tenho. Mas é só.

Porque somente assim você conseguirá realmente se abrir para um novo relacionamento, que pode lhe fazer feliz além de todo o entendimento.

Tudo tem um preço. O de felicidade passa pelo desapego do que já se foi.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Mais do Cãozinho

Cãozinho terrível. Foi adotado, ganhou um lindo edredom bem limpinho e fugiu!!
Tem 300 cachorros que se perderam de seus donos na enchente do Rio.
Coitadinhos.
Tomara que sejam logo adotados, assim como todos os outros cãezinhos abandonados.
E as crianças.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

O Cãozinho

Não vou postar a foto. Mas não posso deixar de falar do quanto emocionada fiquei vendo a imagem do cãozinho aos pés da sepultura de sua dona, em um cemitério do devastado Rio de Janeiro.

Quem me conhece ou visita este blog sabe que acredito no amor além de todo o entendimento. Que o considero a força mais poderosa do Universo, que se impregna nas paredes, nas roupas, é capaz de curar doenças e amenizar os corações mais empedernidos.

Procuro viver isto na prática, o que nem sempre é fácil, porque existem as pequenas contrariedades do dia-a-dia e as decepções que às vezes aparecem aqui e ali.
Mas o amor não se importa sequer com isto. É aclamado na Bíblia, foi e é vivido e cantado em verso e prosa por tantos. E ainda será.

E de repente aparece um simples cachorrinho, para nos fazer despertar para os verdadeiros sentimentos humanos.
Aquela imagem fala por si, e eu tive que virar rápido a folha do jornal para não chorar. Não adiantou muito, porque as lágrimas vieram. Não de tristeza, porque sei que alguém há de adotar aquele bichinho, mas por relembrar da lição.

A lição é sempre a mesma e parece que ainda assim preciso recordá-la de vez em quando.
É a do amor incondicional, hoje simbolizado pelo cachorrinho. Ele não fala e não é humano, mas sente.

Hoje vou tentar amar mais ainda a todos: família, amigos, e até mesmo àqueles que não estão muito aí comigo.

Não que eu ache que seja certa apenas a doação a quem não merece. Isto seria estultice. Aí é caso de impor limites.

Com amor.


sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Energia Disponível

Preste atenção:
A cada dia que amanhece, recebemos uma porção de energia suficiente para enfrentar e vencer os desafios que se nos apresentam.
Porém, todos nós temos uma ou duas áreas na vida em que temos um pouco de dificuldade em vencer os desafios.
Por exemplo: seu relacionamento não dá certo e a pessoa vai embora com outro (a).
Nesses casos, em vez de ficar conectados com o passado, é importante entendermos que tudo aquilo de que precisamos está aqui e agora.
Onde está sua energia, aí você está.
Cada vez que temos medo ou dúvida sobre uma situação do futuro, estamos injetando negatividade, que bloqueia a luz que está aqui para nos ajudar.


De uma aula de Kabbalah.

As respostas

Nem sempre temos a coragem de perguntar. Isto não é bom, porque a resposta até poderia ser boa. Mas existem as limitações humanas, e por isto vamos ao analista. Para tentar arrumar coragem para ver as coisas como são, e não como queremos que sejam.
Eu hoje esperava por uma notícia com que há muito tempo sonho. Uma coisa que nem seria tão importante assim, para outras pessoas, mas que para mim tem um grande significado, porque diz com minha vida profissional.
Nada aconteceu como eu queria e vou ter de esperar mais um pouco.
Foi melhor saber logo.
Senti um misto de raiva com frustração e tristeza, mas como sei que a luz não se propaga no vácuo, que no caso em questão seriam as emoções negativas, tratei de esquecer o assunto, ao menos temporariamente, para ver se anulo essa negatividade.
Fui tomar um sorvete e caminhar um pouco.
Ficou a dúvida: mudar a frequência será a solução?










quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Desmoronamentos no Rio de Janeiro

Compaixão é o sentimento que domina a quase todos, diante do que está acontecendo na Serra do Rio de Janeiro.
Talvez no meio de tanta escuridão trazida pela catástrofe, a luz da solidariedade sirva para amenizar a dor dessas pessoas, e para lembrar (mais uma vez) que todos somos parte do mesmo todo.
O que vemos agora é um efeito de décadas de descaso para com a Natureza. Nada disso é causa, mas sim reflexo de um conjunto de escolhas humanas. Não nos compete julgar, mas oferecer amparo.
Se não estivermos perto o bastante para ir até os flagelados e ajudar pessoalmente,  cada um de nós poderá dedicar alguns minutos de seu tempo para enviar aos atingidos pensamentos de amor fraterno, de paz e de coragem. 
Que Deus proteja a todos.




quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

As palavras

De tanto insistirem com ela para falar de forma técnica e impessoal, esqueceu-se dos poemas que tanto amara e já não os entendia.
Quando os encontrava, tentava a todo custo saber em que pensou quem os traçara.
Mas os poemas eram para a alma, e os olhos suas janelas.
Então os sentia, sem saber se certo ou errado, ou para quem foram escritos. Gostava deles. Serviam para esconder o que não podia ser dito.
Eram para o coração, e o seu andava feliz.
Sem explicações, sem lógica ou métricas estudadas. Quantas vírgulas quisesse.
Simples assim.





sábado, 1 de janeiro de 2011

Chegou o momento

Você já reparou que a maior parte do tempo passamos nos preparando algo que ainda vai acontecer?

É fazer as unhas para ir à festa, a maquiagem, comprar um vestido novo, arrumar a mala para a viagem, e comprar o bilhete, separar os documentos e o cartão, ir ao supermercado comprar os ingredientes para o almoço, e as frutas para o lanche, as verduras, e renovar a assinatura do jornal, e passar no banco pegar dinheiro para ir ao cinema...

A preparação tem seu próprio sabor. Como é bom olhar para o espelho e ver que ficamos lindas para ir à festa, e que ele vai perder o fôlego quando nos encontrar. Olhar para a mala e ver que ficou impecável e que desta vez você não vai ter que bagunçá-la para achar algo que ficou lá no fundo. Abrir a geladeira e ver que tudo está no seu lugar.

Neste ano, não viva de futuro, não se penitencie ou lamente o passado.

Viva um momento por vez, para sentir que tudo tem um significado especial na vida.

Feliz Ano Novo!





Balanço

Para mim, 2010 foi um ano maravilhoso. Incomparável mesmo, porque muitas coisas mudaram para melhor em minha vida, ao ponto de eu nem mesmo fazer caso de algumas (poucas) dificuldades que enfrentei, porque entendi que elas fazem parte do processo da vida e que servem para alguma coisa, que é aprender a ser melhor, e a não dar ouvidos a qualquer coisa, mas selecionar o que deve ou não entrar em nossos ouvidos, mentes e corações.

Assim, assisti poucos mas ótimos filmes, li bons livros, ouvi lindas músicas, preparei e provei bons pratos, fui a festas, trabalhei muito, fiz trabalho voluntário, curti ótimas viagens e ainda sobrou algum tempo para meus hobbies.

Mas de tudo, o que mais achei lindo foram as amizades que conquistei, porque antes eu não era muito de me abrir e agora percebi como é gostoso conquistar novos amigos, deixar eles me conhecerem um pouco mais e saber deles também.

O melhor de tudo é que faço isto de modo genuíno, sincero e natural, porque realmente gosto das pessoas. De repente pode ser o tal amor incondicional, do qual sou tão fã.

Acho que é mesmo, porque somente o amor incondicional não espera nada em troca.

Ontem uma amiga que passou por sério problema de saúde no último mês e a tudo superou com muita coragem e fé me ligou. Deixou-me muito emocionada, porque disse que não entendia como podia eu, que a conheço a tão pouco tempo, ter tanto bem-querer por ela.

Eu lhe disse que talvez fosse caso de nos conhecermos de vidas passadas, que talvez pudéssemos ter sido irmãs, sei lá.

Mas na verdade, o que em realmente acredito é que brilhou o amor fraternal, aquele que acontece quando realmente nos importamos com as pessoas.

Que nada disso sirva para alimentar-me o ego, mas sim para me tornar uma pessoa cada vez mais capaz de estender a mão, porque todos somos um, e o bem-estar do um é o bem-estar do todo.