sábado, 30 de outubro de 2010

Hora de decidir!

Finalmente amanhã votaremos em segundo turno nas eleições presidenciais. Passei todos esses dias observando as opiniões de meus amigos, de conhecidos, de desconhecidos, as pesquisas nos jornais, e confesso que tive muita dificuldade - como ariana que sou - em manter-me em silêncio. Primeiro porque o tema política me interessa muitíssimo. Desde adolescente gosto do assunto. Segundo, porque recebi e-mails de aficionados por ambos os candidatos. A alguns respondi, pois sou da filosofia de que quem diz o que quer merece resposta. Mas muito me impressiona a audácia dos remetentes, que supõem que os destinatários são desprovidos da capacidade de escolher, e que precisam deles - os remetentes, para poder decidir seu voto. O efeito geralmente é o oposto: por repúdio ao conteúdo, quase sempre pouco educado e depreciativo, acaba-se por antipatizar com o sujeito. Pois bem. Amanhã é dia de ligar ao mesmo tempo o rádio, a televisão, a internet, e aguardar pelo início da apuração!

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Sintonia


Quando eu tinha nove anos, ouvi esta música pela primeira vez. Era tema de uma novela de Gilberto Braga.
João Gilberto a cantava, e sua voz suave falou-me à alma.
Esses acordes me acompanharam desde então, e seguidamente me pego cantarolando esses versos.
Muito seguidamente.
Coincidentemente, desde domingo eu estive procurando um vídeo da minha canção para postar aqui.
Procurava por um diferente, que me encantasse.
Achei em um lugar mágico que descobri há pouco, mas que tenho a sensação de conhecer há muito tempo.
Deve ser por isto que é mágico. 








terça-feira, 26 de outubro de 2010

O Baal Shem Tov não tinha empregada


Ontem passei o dia todo lavando roupas. Havia chegado de viagem e resolvi dar um jeito eu mesma em minhas coisas.
Gosto de tarefas simples como lavar a roupa, limpar a casa, arrumar gavetas e armários.

Essas coisas são mágicas, porque quando estou nelas fico totalmente envolvida com o que estou fazendo, e minha mente para de tagarelar. É quase como quando estou em frente ao mar.
Arrumar sua própria casa com gosto (quando tem tempo para isto, claro) é uma coisa que traz uma energia incrível.

E hoje descobri que o Baal Shem Tov não tinha empregada. Ouvi numa aula.
Eu adoro as histórias do Baal Shem Tov.
Li pela primeira vez em "A Cabala e a Prática do Misticismo Judaico", de David Cooper.

Cada pequena ação tem significado, mesmo as mais prosaicas.
Tudo é importante e está interligado.



domingo, 24 de outubro de 2010

Animais que conheci neste ano

Cavalo-marinho,
tartaruga-marinha,
tubarão,
ouriço-do-mar,
lagosta,
siri,
goré,
jacaré,
tuiuiu,
colhereiro,
garça.

Adorei os cavalos-marinhos...
Sempre gostei deles. Eram bichos fáceis de desenhar e de pintar.
Quando os vi, fiquei admirando sua delicada natureza, tão perfeita, tão inocente.
A natureza é mesmo perfeita.






quinta-feira, 21 de outubro de 2010

E o santo era de barro

O passeio de catamarã pelo Rio São Francisco foi daqueles de fazer fugirem as palavras, tamanha é a beleza do  lugar.
E eis que chegou a hora das comprinhas.
Comprinhas??? Em pleno Velho Chico??
Sim. Comprinhas.
Visitei uma ilha fluvial bem próxima das pororocas, onde o rio se une ao mar.
Impressionante a força da natureza.
Desci com umas amigas e depois da sessão de fotos e do retoque do filtro solar e de dar um jeito de o chapeu não cair, fomos ver o artesanato local.
O vendedor foi taxativo e não quis saber de me entregar a pequena imagem sem que eu cumprisse o ritual e fosse até a margem do rio, para mergulhar o santo três vezes na água e fizesse um pedido e depois agradecesse duas vezes.
Pois bem. Fui lá.
Todos já sabem que eu tenho uma especial sensibilidade com esses momentos e tal.
Mas naquele dia algo parecia estranho.
Compra paga, hora de voltar ao barco.
O solícito marinheiro a postos para me ajudar a subir na embarcação, ofereceu auxílio, que recusei educadamente. Imaginem só se não vou dar conta de carregar minhas próprias comprinhas e cremes e a máquina e o chapéu e mais a parafernália toda - imprescindível, é claro.
Mas o santo era de barro.
Era de barro e ainda por cima tinha tomado um banho de rio.
Não deu outra: tinha o vento e tinham os degraus e tinha o resto todo e "cleck": a sacola bateu na escada.
Segui viagem, apreciando todas aquelas maravilhas diante dos meus olhos e mais fotos que tenho que postar no blog e essas coisas.
Lá pelas tantas, lembrei-me da dar uma olhada na imagem, para ver se estava tudo bem, já pensando em como carregar no avião depois. Tã-rã: guess what?
A cabeça do santo se quebrou. Humpf!
Logicamente vou restaurar com super bonder e vai ficar igualzinho e ninguém vai saber.
Final feliz, é claro.

Ficaram para mim as entrelinhas.
Talvez seja a hora de parar com a mania de não aceitar ajuda, de tentar fazer tudo by myself.
Talvez deva andar mais devagar com o andor.

"Ou não."






Refletindo...

Procurar, encontrar, identificar, reconhecer.
Coisas todas bem difíceis.
A procura é um estado no qual tudo está em latência. Tudo é incerto e emocionante nessa fase.
Enquanto procuramos, estamos a salvo. Idealizamos e queremos o sonho. Contamos a nossos amigos e compartilhamos.
E é tão fácil sonhar...
Enquanto procuramos o objeto de nossos sonhos, nada pode dar errado: tudo sai como pensamos.
Não há compromisso algum.
Este é o maior perigo: entrar tão profundamente nesse devaneio ao ponto de não reconhecer quando finalmente encontramos.
Porque encontrar faz parte da vida real e é imperfeito.
Redundantemente tem defeitos. Por medo deles, que são concretos, pode ser mais seguro procurar um esconderijo: o silêncio, uma aparente indiferença, distanciamento, um conto irônico.
São formas de proteção. Mas não nos levam para longe de nós mesmos.






domingo, 17 de outubro de 2010

Ares de Aracaju

Não esperava muita coisa de Aracaju, mas estou muito surpresa com o que estou encontrando.
Mares verdes, praias calmas, nada da loucura dos grandes centros turísticos.
Muita simplicidade, que pra ser bem sincera é bem melhor.
A calma do lugar está me contagiando.
E desta vez nem estou tão a fim de furungar nas feirinhas.
Volto assim que puder com mais novidades!


Só deixo o meu Cariri...

Embora não acredite em reencarnação, quando pela primeira vez pus meus pés num forró (o Pirata em Fortaleza, no ano passado), tive a certeza de que, se é que existi em outra vida, fui nordestina.
Um forró é o que há.
E aqui em Aracaju tem um: o Cariri!
Vou lá, para dançar até não poder mais!
Para mim, o forró tem esse poder: sou apenas eu mesma, dançando feliz.
Os terninhos, saltos altos e a sala de audiências estão longe, muito longe daqui...
Fico devendo as fotos.
Outra hora as trago.
Beijos.

sábado, 2 de outubro de 2010

Cores de Primavera

Neste final de semana revi a Serra do Rio das Antas. Tinha passado por lá há menos de um mês e meio, mas o ritmo da vida tem sido tão acelerado que parecia fazer anos que eu não via aquele lugar.


Talvez seja porque, na última vez, não havia quase cores e estava chovendo. Desta vez também choveu, na ida, mas quando voltei percebi as mudanças.

Enquanto viajava, escrevi este texto, que agora compartilho com vocês:

Há os que digam que não se pode traduzir em palavras as emoções que o belo evoca. Ouso discordar, pois as palavras, assim como as cores e os rios, são parte da natureza e com ela fluem consonantes.

E a profusão de tons de verde da Serra Gaúcha é tamanha, que faz pensar sobre como podem estar ali, lado a lado, tão serenamente.

Os claros das primeiras folhas dos plátanos, acinzentados dos elegantes eucaliptos, fortes dos enigmáticos pinheiros, vicejantes dos pinus e fulgurantes da mata nativa enchem a alma de encantamento e contrastam lindamente com as flores que brotam aqui e ali.

Ah... as flores... esta época é a mais linda de todas, pois ainda se veem os amores-perfeitos do inverno com seus alegres matizes amarelos e roxos, enquanto se admira as flores rosas dos pessegueiros e macieiras, e as brancas das pereiras e laranjeiras prenunciando a fartura da colheita que virá.

As azaléias multicores se espalham generosamente em quase todos os jardins, simbolizando o cuidado e o capricho dos moradores da região, e mais do que isto, a esperança de tempos melhores, pois essa flor somente vem na primavera, e durante os outros nove meses do ano sua planta fica apenas verde, por vezes somente em galhos...
Eu adoro azaléias. Sempre gostei. Há três anos plantei uma vermelha em minha casa. É uma planta ainda pequena, mas que me traz alegria, pois singelamente floresce, mesmo que dela eu me esqueça por todo o ano, quando às vezes sequer olho para o jardim, ocupada demais para apreciar-lhe o encanto.





É muito intensa a vida que percebo nesta natureza exuberante do Rio Grande do Sul, nessas montanhas que agora vejo da janela do ônibus, altaneiras e repletas das mais variadas espécies de plantas e provavelmente de pequenos animais e insetos, como as borboletas e as abelhas, que despretensiosamente passeiam de flor em flor, em seu silencioso e lindo trabalho de perpetuação.



A virtude da natureza é a generosidade. Nenhuma outra explicaria tão bem o porquê de tantas belezas ao alcance de nossos olhos...



Tudo isto requer de nós uma atitude amistosa e de respeito com o meio-ambiente, pois dele somos parte.



Fauna, flora, pedras, minérios e micro-organismos, tudo existe para estar em harmonia. Sejamos nós também, em todos os momentos, agentes desse equilíbrio.