quinta-feira, 21 de outubro de 2010

E o santo era de barro

O passeio de catamarã pelo Rio São Francisco foi daqueles de fazer fugirem as palavras, tamanha é a beleza do  lugar.
E eis que chegou a hora das comprinhas.
Comprinhas??? Em pleno Velho Chico??
Sim. Comprinhas.
Visitei uma ilha fluvial bem próxima das pororocas, onde o rio se une ao mar.
Impressionante a força da natureza.
Desci com umas amigas e depois da sessão de fotos e do retoque do filtro solar e de dar um jeito de o chapeu não cair, fomos ver o artesanato local.
O vendedor foi taxativo e não quis saber de me entregar a pequena imagem sem que eu cumprisse o ritual e fosse até a margem do rio, para mergulhar o santo três vezes na água e fizesse um pedido e depois agradecesse duas vezes.
Pois bem. Fui lá.
Todos já sabem que eu tenho uma especial sensibilidade com esses momentos e tal.
Mas naquele dia algo parecia estranho.
Compra paga, hora de voltar ao barco.
O solícito marinheiro a postos para me ajudar a subir na embarcação, ofereceu auxílio, que recusei educadamente. Imaginem só se não vou dar conta de carregar minhas próprias comprinhas e cremes e a máquina e o chapéu e mais a parafernália toda - imprescindível, é claro.
Mas o santo era de barro.
Era de barro e ainda por cima tinha tomado um banho de rio.
Não deu outra: tinha o vento e tinham os degraus e tinha o resto todo e "cleck": a sacola bateu na escada.
Segui viagem, apreciando todas aquelas maravilhas diante dos meus olhos e mais fotos que tenho que postar no blog e essas coisas.
Lá pelas tantas, lembrei-me da dar uma olhada na imagem, para ver se estava tudo bem, já pensando em como carregar no avião depois. Tã-rã: guess what?
A cabeça do santo se quebrou. Humpf!
Logicamente vou restaurar com super bonder e vai ficar igualzinho e ninguém vai saber.
Final feliz, é claro.

Ficaram para mim as entrelinhas.
Talvez seja a hora de parar com a mania de não aceitar ajuda, de tentar fazer tudo by myself.
Talvez deva andar mais devagar com o andor.

"Ou não."






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