segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Indiretas

O blog aqui é de paz, porque a ariana aqui gosta de harmonia.
Mas não de indiretas, nem em verso, nem em prosa.
Tudo às claras e sem meias-palavras.

E tenho dito.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Religião e sexualidade

Coisas de mudança de horário. Hoje terminou o de verão, mas não avisaram meu relógio biológico, que acabou acordando muito cedo sem saber ao certo que horas eram, se o certo era adiantar ou atrasar os ponteiros.

A televisão poderia ser um parâmetro, pensei eu. Liguei o aparelho e me deparei com um programa que eu nem sabia que existia, chamado Sagrado. Lá estava a Ana Maria Braga - não sei por que ela - a questionar como as diferentes religiões tratam a questão da sexualidade de seus seguidores e também dos mestres. Aí apareceram vários representantes religiosos: muçulmano, do candomblé, católico, evangélico e outros que o sono matinal não me permitiu identificar com clareza.

Como não poderia deixar de ser, o debate visava a questionar os porquês da negação da Igreja Católica ao direito de seus padres, bispos e demais clérigos terem vida sexual ativa de forma oficial, porque fazem o tal voto de castidade.

Não se trata aqui de ser contra ou a favor de padres transarem, porque isto tornaria a questão muito menor do que realmente é.

O tema não é novo, e pode ser considerado como uma das mais espinhosas searas trilhadas pela humanidade, a de saber se sexo é pecado ou não.

Não era entre os povos celtas, que celebravam solstícios e equinócios em homenagem à sua deusa com muita dança, vinho e folguedos nem tão inocentes assim.

A Roma Antiga também teve lá suas festinhas, e Baco não era nem de longe considerado por seus contemporâneos um pecaminoso perdido.

Contrapondo os extremos pagãos, vem a Igreja Católica e impõe celibato a seus pastores, como se Deus não tivesse outra coisa a fazer a não ser ficar olhando o que cada um faz com seus órgãos sexuais.

Forma de controle? Pode ser, mas não vamos adentrar nesta polêmica, a não ser o suficiente para chegarmos aos tempos atuais, e entendermos se há lógica nessa repressão que atravessa séculos.

Muitos dizem que o motivo principal do celibato imposto aos padres e freiras católicas é para que não sejam os bens da Igreja dissipados em eventuais partilhas judiciais. Tem sentido. Mas o que realmente faz pensar é se é humanamente válido impor-se a negação de uma função orgânica, que tal como a digestão e o funcionamento do coração e sistema vascular, é vital ao ser humano.

É uma resposta que, embora possa ser dada por cada um de nós, não será facilmente aceita pelos destinatários. Mas a questão está em pauta, e por certo o andar da carruagem do mundo não se contentará com evasivas.

O tempo, sempre ele, precisa continuar passando para ver se logo ou não as coisas ficam mais claras.





domingo, 13 de fevereiro de 2011

Mas que nada



Eu não estava nem em projeto quando esta música foi criada, mas parece que já nasci cantando esses versos.
Adoro.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Três Beijinhos


Foto: vibreleve.com

Um dia desta semana li uma crônica de Pinheiro Machado e me inspirei a escrever sobre o tema.
Para quem foi criado em Vacaria, como eu, nada mais normal do que cumprimentar amigos com efusivos três beijinhos no rosto. Quase sempre no ar, para ser mais exata.
Mas esse hábito tão singelo e carinhoso vem sofrendo mutações ao longo dos anos, recebendo diversas influências.
Percebo que nos últimos anos a tendência é o cumprimento com apenas um beijinho rápido na face, o que às vezes deixa a outra pessoa a esperar os outros dois.
O beijo no rosto é costume em diversos países, e em alguns é comum até entre homens, como vemos nas reportagens sobre a Rússia e países árabes. Ente os japoneses é inovadora novidade, porque por lá o hábito é uma reverência, formal e distante.
Forma inocente de expressão de admiração e carinho, nem sempre é bem recebida nos recônditos mais machistas do globo, onde alguns homens podem achar que encostar no rosto de outro pode lhes tirar a virilidade ou fazê-los tornar afeminados.
Bem, o medo da proximidade não é assunto novo, mas também não é o de hoje.
As variações do beijo também são percebidas na comunicação escrita entre as pessoas, podendo ir do grande beijo ao bj, sendo este último bem mais descompromissado e bem menos revelador da intenção de quem o envia.
O certo é que não há nada de errado em expressar carinho quando encontramos amigos e pessoas queridas, seja com um, dois ou três beijinhos.
Um ótimo dia para todos.
Bjs.


domingo, 6 de fevereiro de 2011

Chanel: sinônimo de elegância


A foto achei em "Retrós-Design de Moda".

Inspirada pela ida de um amigo querido à França, não poderia deixar de escrever sobre Chanel, por quem reconheço que sou influenciada.

Lendo sobre a vida da estilista, descobri que tem um ponto em comum com minha mãe: as duas trabalharam em uma fábrica de enxovais quando jovens.

O estilo de Chanel é único e inconfundível. Para mim, sinônimo de elegância. Uma mulher que veste um tailleur não é uma mulher comum.  Você consegue imaginar Jackie Kennedy de calças jeans?

O fato é que Chanel fez história, criando moda de qualidade. Tornou-se perene porque criou o que não havia antes. Mulher de personalidade forte, transferiu seu estilo próprio para sua obra, que atravessa décadas sem perder a atualidade.

Para mim, a grife Chanel, entendida como objeto de desejos consumistas, não é tão importante quanto a elegância do design de Coco, tão bem representada no teatro pela insuperável Marília Pêra, e no cinema por Audrey Tautou.

Um bom domingo a todos!







sábado, 5 de fevereiro de 2011

Um retalho de prazer

Não sei por que me lembrei hoje desta música. Adoro. Resolvi postar aqui no blog para compartilhar com vocês um pouco da boa música do Rio Grande do Sul.


Baladas Nei Lisboa




Nem ao menos deus por perto

Mil idéias brilham

Mas não molham meu deserto

E já faz tempo

Que eu escuto ladainhas

As minhas, as ondas do verão



Que irão bater na mesma tecla

A mesma porta

Baladas de uma época remota

Não há saídas

Só delírios de outro Midas

Lambendo a tua cruz

É ouro que reluz



Oh, mama

Não vale a pena pagar

Um centavo, um cigarro de prazer

Oh, mama

Eu quero é morrer

Bem velhinho, assim, sozinho

Ali, bebendo um vinho

E olhando a bunda de alguém





E apesar de tudo estranho

Tenho inimigos que me amam

Fantasmas

E garçonetes em Pequim

É sempre alguém

Alguém que pense em mim



Enquanto o palco acende a luz do soul

A banda passa e amassa o business-show

Romanos

Encharcados de poção

Vivemos de paixão

E alguma grana



Oh, mama

Não vale a pena pagar

Um centavo, um retalho de prazer

Oh, mama

Eu quero é morrer

Bem velhinho, assim, sozinho

Ali, bebendo um vinho

E olhando a bunda de alguém





Muito além do jardim

Viajo atrás de sombras

Não sei a quem chamar

Mas sei que ela diria ao acordar:

Tudo bem



Você me arrasou, meu bem

E qualquer dia desses como as tuas bolas

Mas por hora esqueça o drama na sacol

Não puxe o cobertor

Não tape o sol que resta nessa dor

Foi bom, não durou

http://www.vagalume.com.br/nei-lisboa/baladas.html#ixzz1D66SgTQN

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

O agora

Já faz algum tempo que venho insistindo nesta tecla do viver o agora, sem apegos ao passado ou viagens ao futuro. Decerto seja porque eu tenha conseguido me libertar de algumas lembranças que incomodavam e esteja um pouco mais certa em relação ao que quero da vida, sem precisar viver de projeções que nem sei se acontecerão.

Grandes expectativas trazem frustrações. Máxima cabalística incontestável. Nem precisava ser cabalística para ser tão certa.

Mas o fato é que mesmo com toda essa consciência que julgo ter conseguido à custa de muito esforço, às vezes deixo passar umas oportunidades que não voltam.

Dia desses, lendo uma das colunas de Moacyr Scliar na Zero Hora, empolguei-me tanto com o assunto, que fui logo tratando de passar um e-mail dizendo de minha admiração pela obra do Imortal.

Para minha total surpresa, tive resposta! O e-mail foi respondido pelo Doutor Scliar, que uns dias depois, num desses gestos inatos somente aos grandes homens, agradeceu minha pequena mensagem em sua coluna dominical.

Fiquei catatônica por uns instantes, depois guardei a folha do jornal e talvez até faça um quadro, de tanto que gostei. (!) Pensei umas quinhentas vezes em escrever agradecendo a menção, mas esbarrei em muitas coisas bobas, como a escolha das palavras certas, e o que o Doutor ia pensar e tal. Tive medo de ser inadequada, ou de parecer muito tiete, essas coisas.

Fui deixando para depois essa coisa tão simples de escrever uma frase ou duas para uma pessoa a quem tanto admiro pela cultura, pela forma como se conduz na vida e pelo que significa para o Brasil e o mundo.

O fato é que numa dessas, o Doutor Scliar caiu doente, e está no Hospital, lutando para viver.

Não posso agora lhe escrever, mas peço a Deus que lhe dê forças, e que faça com que melhore logo, para voltar ao convívio de sua família e amigos, e também para continuar escrevendo para nós, seus fãs.

Para mim, ficou mais uma vez a lição, que não preciso repetir.

Muitas vezes, em nossa vida diária, ficamos escolhendo as melhores palavras, pensando nas reações de quem as ouvir e no que acontecerá. Enquanto isso, o momento certo passa, e aí danou-se.

Hoje já sei o que vou dizer ao espelho.

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Um abraço a todos. Amo vocês.