sábado, 2 de outubro de 2010

Cores de Primavera

Neste final de semana revi a Serra do Rio das Antas. Tinha passado por lá há menos de um mês e meio, mas o ritmo da vida tem sido tão acelerado que parecia fazer anos que eu não via aquele lugar.


Talvez seja porque, na última vez, não havia quase cores e estava chovendo. Desta vez também choveu, na ida, mas quando voltei percebi as mudanças.

Enquanto viajava, escrevi este texto, que agora compartilho com vocês:

Há os que digam que não se pode traduzir em palavras as emoções que o belo evoca. Ouso discordar, pois as palavras, assim como as cores e os rios, são parte da natureza e com ela fluem consonantes.

E a profusão de tons de verde da Serra Gaúcha é tamanha, que faz pensar sobre como podem estar ali, lado a lado, tão serenamente.

Os claros das primeiras folhas dos plátanos, acinzentados dos elegantes eucaliptos, fortes dos enigmáticos pinheiros, vicejantes dos pinus e fulgurantes da mata nativa enchem a alma de encantamento e contrastam lindamente com as flores que brotam aqui e ali.

Ah... as flores... esta época é a mais linda de todas, pois ainda se veem os amores-perfeitos do inverno com seus alegres matizes amarelos e roxos, enquanto se admira as flores rosas dos pessegueiros e macieiras, e as brancas das pereiras e laranjeiras prenunciando a fartura da colheita que virá.

As azaléias multicores se espalham generosamente em quase todos os jardins, simbolizando o cuidado e o capricho dos moradores da região, e mais do que isto, a esperança de tempos melhores, pois essa flor somente vem na primavera, e durante os outros nove meses do ano sua planta fica apenas verde, por vezes somente em galhos...
Eu adoro azaléias. Sempre gostei. Há três anos plantei uma vermelha em minha casa. É uma planta ainda pequena, mas que me traz alegria, pois singelamente floresce, mesmo que dela eu me esqueça por todo o ano, quando às vezes sequer olho para o jardim, ocupada demais para apreciar-lhe o encanto.





É muito intensa a vida que percebo nesta natureza exuberante do Rio Grande do Sul, nessas montanhas que agora vejo da janela do ônibus, altaneiras e repletas das mais variadas espécies de plantas e provavelmente de pequenos animais e insetos, como as borboletas e as abelhas, que despretensiosamente passeiam de flor em flor, em seu silencioso e lindo trabalho de perpetuação.



A virtude da natureza é a generosidade. Nenhuma outra explicaria tão bem o porquê de tantas belezas ao alcance de nossos olhos...



Tudo isto requer de nós uma atitude amistosa e de respeito com o meio-ambiente, pois dele somos parte.



Fauna, flora, pedras, minérios e micro-organismos, tudo existe para estar em harmonia. Sejamos nós também, em todos os momentos, agentes desse equilíbrio.

2 comentários:

Terráqueo disse...

Muito bom. Conheço bem essa paisagem, e acho linda. Faz parte das minhas memórias afetivas. Bj.

Regina Célia Rizzon Borges disse...

Obrigada, Marcelo! Bj.