Uma das coisas que mais gostava na infância era ouvir um elepê da história do Pequeno Príncipe, na casa de sua tia. Sentava-se na cadeira branca de espaldar alto e almofada vermelha e ouvia com atenção. Uma, duas, milhares de vezes. Aprendera a mexer no toca-discos e ali ficava, maravilhada com aquele pequeno planeta em que moravam a rosa e a raposinha, e onde o princepezinho baixou, não se sabe bem como.
Aquele príncipe era cool, mas também precisava aprender muito. E a raposinha era muito esperta. Ela sabia como ensiná-lo, porque lhe tocava o coração. O princepezinho a tudo ouvia, fazia perguntas e sentia que daquele jeito não podia mais ser. Ele precisava dela também. A raposinha não tocava o coração do menininho apenas com esperteza. Era o amor que o tocava. Ele precisava mais de amor do que de tudo o que tinha e a pequena amiga lhe descortinava a verdade de modo suave e terno, envolvendo-o com o amor genuíno que ele não encontrara em nenhum planeta, nem no dele.
A menininha a tudo ouvia, e seu coração também respondia. Naqueles momentos de infância, naquela história infantil que trouxe consigo para toda a vida, aprendeu que seria sempre responsável por aqueles que cativasse. Ela escolheu ser.
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