sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

A Cortina

Mostrava-se à frente da cortina, sem qualquer pudor. Os que por ali passavam viam, perplexos, sem entender o que se passava em sua mente. De onde vinha tanta coragem? Diante da luz, o espelho. Diante de todos, o coração em imagens e sons. Palavras sem medida eram a métrica. A causa e o efeito, ninguém sabia. Enigmas, a sua linguagem. Tinha adeptos, que lhe procuravam decifrar. Sorria das tolas tentativas de interpretação e seguia. Segue até hoje em seu devaneio, para onde foge da vida real, sempre que não a pode suportar.


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